SOBRE A MINHA ARTE POSTAL.
Desde a ideia original em convidar Artistas a juntarem-se a mim na recriação deste Calendário do Advento, o Natal foi ganhando um novo sentido.
Ao longo dos tempos, a magia que alimentei desde a infância foi sendo transformada e “desfigurada” dessa essência original. Mas sempre quis acreditar que um dia iria reconstruir esse sentido de Natal longe de amarguras e tristezas. A chegada deste Calendário do Advento em 2011 e a chegada da Olívia em 2018, reforçaram este caminho de reconstrução. Sinto que estou nesse percurso e que reencontro a cada ano esse "Natal" perdido num tempo e num lugar que chamava casa e família. E quantas pessoas tenho trazido em cada advento. Quantas por iniciativa têm entrado por esta janela adentro com o desejo de fazer parte dela. Quanto de maravilhoso vi e vejo acontecer. Quanto orgulho tenho neste Calendário do Advento.
Este ano, o desafio lançado surgiu em forma de Arte Postal. Sem as janela originais onde tudo acontecia voltado para uma das ruas do centro histórico da cidade de Braga, e diferente da edição do ano passado, onde cada Artista mostrou a sua Arte nas suas próprias janelas, este ano a ideia era trazer essa memória de troca de correspondência, onde a Arte de cada um ganhasse forma num suporte correio que tomaria uma viagem com a minha caixa de correio como destino. Cada Artista desenvolveu assim, de forma livre, a sua obra de Arte Postal ao tema “Histórias por contar”. Na minha caixa do correio, ou entregue em mãos, fui recebendo cada uma dessas obras de Arte Postal.
E se desde o dia 1 de Dezembro tenho revelado diariamente cada um dos Artistas, a sua História e a sua obra, hoje dia 24 de Dezembro, revelo a última janela deste Calendário do Advento.
Desde o primeiro instante em que lancei este desafio, para mim fazia todo o sentido que a obra de Arte Postal por mim criada fosse composta por 24 elementos que funcionariam simultaneamente como um todo, assim como de forma livre e individual. A intenção desde o início desta bela viagem era que cada Artista recebesse posteriormente e em troca, na sua caixa de correio, um fragmento da minha obra original.
O chão foi durante vários dias o meu palco de criação. Sobre o chão estendi páginas em branco feitas em tecido onde, com retalhos e fios escrevi memórias. E como para mim este Calendário do Advento estará para sempre ligada à memória da minha Monstera que crescida de forma resplandecente no estúdio onde tudo acontecia à janela, nesta obra recriei em tecido diversas silhuetas das muitas folhas da Monstera que fui guardando ao longo destes anos. Desenhei a sua silhueta em tecidos que recortei posteriormente. E essas folhas recortei-as ainda em partes que fui semeando nas páginas em branco espalhadas pelo chão. Prata, Ouro, Luz, Noite e a linha vermelha da vida…
Agradeço a todos os artistas que se juntaram a mim nesta iniciativa e desejo que este pedaço de tecido em forma de livro postal, desenhado com linhas e gestos, vos leve também um pouco de mim, assim como recebi de vós, materializados nas vossas obras.
Durante este dia irei tentar revelar mais imagens e pormenores destes Livros Postais, mas lançaria aqui o convite para que cada um dos Artistas, no dia em que receberem a minha Arte Postal nas vossas caixas do correio, se sintam entusiasmados em fotografá-la e a partilharem comigo as vossas imagens. Grande Abraço a todos.
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