autor. Vânia Kosta
título. tenho asas nos pés...
[técnica. fio de algodão vermelho enrolado no eixo de numa roda de bicicleta. discos de pontos de bordados da minha máquina de costura Oliva suspensos com fio de algodão]
apenas um objecto. um apontamento vermelho.
um objecto-viagem. a capacidade de nos transportar para um instante. um tempo. um lugar. uma memória guardada [por vezes julgada perdida e procuramos resgatar nesse lugar essa emoção repetida]. uma emoção vermelha. viva. pulsante. entusiástica. vibrante. o desejo de voltar a acontecer como se fosse a primeira vez.
hoje, recordo essa emoção. pura. verdadeira. grandiosa. um sorriso que rompeu o meu olhar e iluminou o rosto. a simples felicidade de sentir que
tinha asas nos pés
e seguia voando...
olhei aquela criança que voava livre. de vez em quando passava junto de mim e eu seguia-a com o olhar. segui o voo livre daquela criança. senti um forte desejo de andar de bicicleta. de voar também. "vou perguntar se me deixa andar um bocadinho", disse timidamente sorrindo. segui com o olhar os desenhos que fazia no asfalto e quando estava cada vez mais próximo ganhei coragem e perguntei. o miúdo, de olhar negro e brilhante, parou junto de mim e generosamente me passou a bicicleta. senti uma emoção enorme naquele instante. ao tempo que não sentia asas nos pés. fiz uma viagem longa e saberia lá, que nesse lugar longe de casa, iria reencontrar esta plena sensação de liberdade. aquele instante ganhou um significado tremendo. nesta viagem foi assim, com algo tão simples quanto andar de bicicleta que senti algo extraordinariamente único reencontrando em si todos os outros instantes primeiros vividos na infância e desde então.
apenas um objecto. um apontamento vermelho.
um objecto-viagem. a capacidade de nos transportar para um instante. um tempo. um lugar. uma memória guardada [por vezes julgada perdida e procuramos resgatar nesse lugar essa emoção repetida]. uma emoção vermelha. viva. pulsante. entusiástica. vibrante. o desejo de voltar a acontecer como se fosse a primeira vez.
hoje, recordo essa emoção. pura. verdadeira. grandiosa. um sorriso que rompeu o meu olhar e iluminou o rosto. a simples felicidade de sentir que
tinha asas nos pés
e seguia voando...
olhei aquela criança que voava livre. de vez em quando passava junto de mim e eu seguia-a com o olhar. segui o voo livre daquela criança. senti um forte desejo de andar de bicicleta. de voar também. "vou perguntar se me deixa andar um bocadinho", disse timidamente sorrindo. segui com o olhar os desenhos que fazia no asfalto e quando estava cada vez mais próximo ganhei coragem e perguntei. o miúdo, de olhar negro e brilhante, parou junto de mim e generosamente me passou a bicicleta. senti uma emoção enorme naquele instante. ao tempo que não sentia asas nos pés. fiz uma viagem longa e saberia lá, que nesse lugar longe de casa, iria reencontrar esta plena sensação de liberdade. aquele instante ganhou um significado tremendo. nesta viagem foi assim, com algo tão simples quanto andar de bicicleta que senti algo extraordinariamente único reencontrando em si todos os outros instantes primeiros vividos na infância e desde então.
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