autor. Própagode
título. Apaixona-te de novo
[na página do jornal. Michel Giacometti a ouvir as explicações de António Pinheiro o único construtor de Amarantinas em 1990. a Viola Amarantina que se encontra a espreitar nesta janela é a mesma que foi fotografada neste imagem]
a Janela Adentro convidou os Própagode para habitarem uma das janelas deste Calendário do Advento. quem espreita da rua este calendário consegue distinguir pela sua forma mais exuberante alguns dos objectos, um desses casos é esta Viola Amarantina que está no alto da janela mais à direita. hoje, dia 7 de dezembro revelamos assim este advento, uma Viola Amarantina. e hoje vamos também revelar uma CONVERSA com AMARANTINAS que acontece pelas 16h30 junto a esta janela na RUA DE SANTO ANTÓNIO. os tocadores de amarantinas dos Própagode vêm conversar um pouco sobre a origem e as particularidades deste instrumento musical de origem Portuguesa e naturalmente se o frio não apertar muito... de dentro deste Calendário do Advento sairemos com eles para a rua para os acompanhar numa "Arruada".
A Viola Amarantina tem a sua origem numa ancestral história de amores e desamores, que terá ocorrido pelo Sec. XVIII, entre jovens da região, ainda Amarante não existia com a importância administrativa da região, que só mais tarde veio a assumir. As principais referências geográficas dessa história eram Gestaçô (actual Vila Chã do Marão) e Honra de Ovelha (actualmente Aboadela).
A sua relação com essa história de amor, deu origem às peculiares aberturas no seu tampo, em forma de dois corações.
Tal como todas as violas tradicionais portuguesas, também conhecidas por violas de arame (já que usam cordas de aço), é em instrumento com a caixa de ressonância em madeira composta de um tampo chato (o da frente da viola) e o tampo das costas ligeiramente encurvado e quase paralelos entre si.
A curvatura que define a silhueta das violas é mais ou menos acentuada, consoante cada viola, com a cinta de "enfranque" formando dois bojos, aliás fator comum a todos os cordofones da família das chamadas "guitarras" europeias, o que não acontece pela que é conhecida como "guitarra portuguesa", seja a de Lisboa ou a de Coimbra.
Das violas tradicionais de Portugal continental, a viola amarantina é a única que manteve a escala a entrar na zona do tampo frontal e terminando junto à boca na forma dos dois corações. Todas as outras violas perderam esta característica, proveniente da antecessoras, as violas medievais.
O encordoamento desta viola é de 5 ordens duplas, afinando do agudo para o grave: lá; fá#; si; sol; ré.
Era uma viola utilizada pelos mancebos nas suas serenatas às donzelas que lhes despertavam as paixões da juventude.
Era frequente vê-la nas “Festadas”, onde o seu tocador acompanhava as “Chulas”, características da região do Baixo Tâmega. É tocada, normalmente, de rasgado, com todos os dedos percorrendo as cordas.
Na actualidade o seu ressurgimento, revitalização e promoção, está a ser desenvolvido pelo "Propagode, Associação Cultural e Musical", que promove o ensino da sua execução na sede da mesma, na freguesia de Sanche.
texto. Eduardo Costa
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Própagode - Associação Cultural e Musical
Rua de Santo Isidro, Sanche - Amarante
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