autor. Joana Ferreira e Joana Vilaverde
título. Caça Sonhos
quando por aqui recebemos estas duas Educadoras Expressivas para apresentarem uma proposta de parceria com o Espaço.Janela Adentro, decidi convidar o Projecto Cor-de-Mim, que me tinham acabado de apresentar, para habitar uma das janelas deste Calendário do Advento. na sequência da possibilidade de virmos no futuro a apresentar propostas de oficinas de Educação Expressiva, aqui mesmo, resolvi propor às autoras para habitarem uma das janela deste Calendário do Advento. o desafio seria ligar o objecto que iriam criar propositadamente para este evento a uma oficina de Educação Expressiva a realizar exactamente no dia que iriam habitar neste Calendário. assim sendo, hoje dia 22 de dezembro, pelas 16h30, vai realizar-se uma Oficina de Educação Expressiva, no Espaço.Janela Adentro, orientado pela Joana Ferreira e pela Joana Vilaverde.
a todos os que se inscreveram esperámos por vocês aqui mesmo, neste lugar, com a certeza que se vão divertir connosco. até já.
[objecto. caça sonhos]
JanelAdentro! JanelAdentro! JanelAdentro! Palavras que proferiu em voz alta quase gritada, na esperança de que algo acontecesse. Por momentos, parece ter passado pela sua cabeça que, à semelhança do “Abracadabra”, esta estratégia pudesse funcionar e lhe permitisse na Janela entrar…
Mas porquê? Entrar pela porta, convenhamos, é muito mais normal, mais fácil! (Lá estás tu, Joana, a voar para o mundo dos sonhos… no mundo real entra-se pela porta, não pela janela!).
Normalmente, as portas são maiores, mais acessíveis, mais práticas. Já as janelas tendem a ser mais pequenas, a estar mais altas… e sempre nos disseram que é falta de educação entrar-se por aí! Mas porquê? Quem é que instituiu esse privilégio superior às portas em detrimento das janelas? Só vejo uma explicação: para entrarmos pela janela temos de ser mais ágeis e livrar-nos de todos os pesos que nos seguram os pés e nos impedem de subir mais alto. Precisamos de nos livrar do excesso de carga da “bagagem de porão”, de tudo o que nos acorrenta e impede de avançar. Até mesmo da rede e da bolha que nos protegem! Sim, sim…também neste aspeto a porta parece um acesso mais fácil! Até é habitual encontrar-se à entrada das portas um tapete onde podemos limpar os pés e sacudir todas as poeiras indesejadas. Porquê então insistir entrar pela janela? Ainda por cima no primeiro andar! Ora, se o convite foi da JanelaAdentro, é por aí que vamos entrar! (partilhou ela com a outra Joana).
Mas, quem é que por sua vontade, vai andar despido e desapegado, sujeitando-se a esse desconforto quando poderia simplesmente sacudir os pés e dar um passo em frente para entrar? Ora, a ideia é mesmo essa: contrariar os “normalmentes”, o “mais cómodo”, o “porque sim” e o “porque fica bem” para podermos descobrir quem é que fica de nós quando nos libertamos desse excesso de carga da bagagem que nos protege e condiciona.
Quanta “tralha” material e emocional carregámos connosco e como isso nos cansa!!!
Depois de várias tentativas de escalada, algumas com os pés bem assentes em terra, as Joanas perceberam que o essencial está em cada um de nós e que essa libertação permite chegar mais longe, onde queremos realmente estar.
Não importa se é pela porta ou pela janela adentro, o importante é mesmo entrar ou sair! E na falta de um tapete usa um caça-sonhos, esse filtro que só deixa entrar as coisas boas.
E entra tu. Reconhece-te. Encontra a tuas cores e diz então: “Olá, muito prazer em conhecer-me!”
texto. Joana Ferreira e Joana Vilaverde
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