[uma história à janela]: dezembro 2024

4.12.24

4 de DEZEMBRO de 2024 // ROSÁRIO FORJAZ sobre fragmento #11

CALENDÁRIO DO ADVENTO.

4 de DEZEMBRO de 2024

// ROSÁRIO FORJAZ

intervenção sobre fragmento #11

mão interior

modus operandi do desenho que revela a memória do tempo

do tempo com as nossas histórias no lugar da consciência e do inteligível na demência

quando em lume brando ardem os olhos de voz matéria sensível e a água lentamente cora o tecido cru,

são os fios entrelaçados de estórias a mudar para as cores ferrosas do tempo

e nas estrias das dobras as nuances da vida interior.

mão interior

mão travessia

mão fruto que cresce

sumo escrita pensamento

mão cantar interior

dá a mão

conduz no caminho

não encontra

a luz

antes caligrafia

planta

caule

rebento

grito

algodão linho cebola cobalto

tecido fio papel

transferência azul

manchado puído

furar talhar ligar

rasgar cortar

apagar de nós e pontas soltas

incerta penumbra

palavras soltas de sentido

palavras inventadas

cerzir

corpo vivo que nos conhece

sem conhecer

olhar que fala e sem ninguém

tudo é nada

cru avesso

em parcas palavras tudo acerta

Rosário Forjaz. 2 dez 2024

rosario.forjaz@gmail.com

http://rosarioforjaz.blogspot.com

(imagens do processo criativo e de pormenor da obra)

3.12.24

3 de DEZEMBRO de 2024 // JOANA ANTUNES sobre fragmento #14

CALENDÁRIO DO ADVENTO.

3 de DEZEMBRO de 2024

// JOANA ANTUNES

intervenção sobre fragmento #14

“Escreva como um archote no caminho de quem não encontra... “

A abordagem pictórica realizada no fragmento #14 do calendário de advento 2024, a convite da artista Vânia Kosta, pretende invocar o poeta e de alguma forma a mensagem poética de base do projeto, que inspirou a todos e a algum tipo de reflexão relacional.

Almas inquietas que brotam para o mundo, sons e energias que ecoam como um fogo, que arde sem se ver, e que iluminam quem se encontra nos caminhos.

O poeta, o templo, a chama, a natureza, a água, a lua e a morte, apresentam um diálogo e encontro relacional, com a parte já intervencionada, criando uma atmosfera de espaço sagrado, contemplativo, que de alguma forma apela ao poeta e a uma nova inspiração e diálogos. Diálogos esses que apresentam uma narrativa sobreposta a um pensamento passado que é vestígio de um lugar a que pertence ou pertenceu algo, e que agora é história, como quem “busca” fragmentos da história e de outras histórias e daí nascem novas histórias. Como uma luz que ilumina sempre o caminho de quem quer ver!

https://www.instagram.com/joanaantunesart