7.9.13

BRANCA... de Neve // intervenção à janela até dia 30 de sEtEmbrO


 esta manhã foi assim que acordou a janela. 

 "BRANCA... de neve", uma intervenção de Vânia Kosta, já está à janela a espreitar todos os que passeiam ou simplesmente visitam a cidade de BRAGA... cidade essa que hoje se veste especialmente de Branco para celebrar pelo segundo ano a "Noite Branca". 

 esta intervenção "BRANCA... de neve" e os SETE, pode ser observada desta rua da cidade a qualquer hora do dia. de noite encontra-se iluminada das 19h30 às 24h. 

 uma intervenção à janela até dia 30 de sEtEmbrO.

***


era uma vez... 
assim começam tantas histórias. 
e como acabam elas?
as últimas páginas dos livros reservam-nos finais felizes.
outras assumem finais com contornos improváveis. 
e quem espreita da rua esta janela não imagina tão pouco que esta história continua aqui e pode ganhar forma desse lado também. do lado daí. sim, do teu lado. porque tu podes fazer também parte desta história. obviamente se quiseres fazer parte dela.

sendo assim e se assim for é provável que esta história tenha um doce final. para que assim aconteça prepara-te para fazeres parte deste cenário. aliás, aviso desde já que o cenário será mesmo a tua casa. um espaço que conheces bem. 

vamos lá então preparar os ingredientes essenciais para que esta história aconteça.

para já arregaça as mangas porque vais ser uma das personagens. se quiseres podes chamar um vizinho. podes ligar a um amigo. se não gostas de fazer parte de histórias sozinho vai lá chamar alguém que nós por aqui aguardamos mais um pouco para dar inicio a esta história com as personagens certas e tu vais ser uma delas. vá lá. porque esperas? nós continuamos aqui... mas volta depressa.

vejo que já estás pronto. estás de volta a este lugar. é bom sinal. é porque estás curioso com esta história. vamos então retomar? parece que já ouço o rufar dos tambores. o ar de suspence que começa a ganhar entusiasmo deste lado também. sim, porque eu também estou entusiasmada. a primeira indicação é que se podem dirigir para a cozinha. pois é. esse vai ser o cenário desta história. mas essa cara parece um pouco preocupada. não tens a cozinha arrumada? é isso? então trata de organizá-la um pouco porque vai tudo acontecer nesse lugar. sendo o cenário desta história é importante que esteja inspirador de acordo com as normas de lugares importantes onde a acção acontece e neste caso particular é importante que a tua cozinha esteja pronta para fazer parte desta história. este pormenor é importante o suficiente para que o final seja provavelmente doce. é exactamente lá que esta história deveria acontecer tal e qual nós por cá a imaginamos, por isso se não está como deveria estar...

partindo do principio que já melhoraste o cenário e que já estás na cozinha. sozinho, com um vizinho ou um amigo, vamos então agora colocar sobre a mesa todos os ingredientes e objectos que vamos enumerar e que sem eles é pouco provável que tenhas o tal e tão anunciado doce final. estão preparados?

quando pensei com os meus botões o que poderia fazer para habitar esta janela não me ocorreu de imediato esta ideia. a cidade transforma-se pelo segundo ano. toda ela se veste de branco. pelo menos assim é anunciado há dias. aliás assim é anunciado há meses. o ano passado por esta altura estive atrás destas janelas a trabalhar num projecto. como a rua ganhará uma vida pouco habitual dos dias normais do resto do ano resolvi colocar à janela uma personagem de pano que também se vestia de branco tornando esse apontamento de acordo com as festividades da cidade. embora tenham disparado alguns flashs, a verdade é que ela passou despercebida para muitos olhares mais distraídos ou pouco interessados nestas coisas. este ano resolvi assumir mais a sério outro apontamento que só poderia ser... originalmente BRANCO. quantas personagens de pano já espreitaram discretas por esta janela da cidade? que personagem poderia colocar desta vez? pensei na BRANCA... de neve. sem rosto definido poderia assumir tantas outras personagens. branca da cor que hoje é exaltada a todos os cantos da cidade. com ela uma cor vibrante. quente. de vida e entusiasmo. a cor vermelha para contrastar com a tranquilidade do branco que a veste. um apontamento vermelho importante para que ela exista de verdade nesta janela, aliás não um mas SETE apontamentos de cor vermelha que assim a abraçam nestas janelas voltadas para esta rua da cidade. pequenos pontos vermelhos que prendem o teu olhar a esta personagem. BRANCA...de neve é o seu nome. pequenos pontos vermelhos que formam linhas invisíveis que podem ligar outros lugares. tantos lugares. linhas que se expressam em caminhos que se cruzam aqui e acolá. pequenos pontos vermelhos que assumem a verticalidade destas linhas desenhadas no ar e à janela. e eis que um dos SETE espreita do lado de fora da janela. o que estará ele lá a fazer? onde vai ele? a algum lugar? estas mesmas linhas, algumas escondidas aos nossos olhos, podem transportar-se para outras realidades e essa mesma linha vermelha que se transporta para o lado de lá da janela será que se liga à tua realidade e a tantos outros lugares que acontecem desse lado? julgo que a tantos lugares quantos os que se ligarem a esta história. a este lugar à janela. desta janela para a tua cozinha se faz o caminho para que possas encontrar essa mesma linha vermelha invisível que procura com a tua ajuda uma história provavelmente com um doce final.

quando encontrei o título para esta intervenção à janela não foi a imagem da personagem dos contos infantis que me habitou o pensamento mas antes o nome dado a um ingrediente com o qual muito bolos foram feitos noutros tempos e que ainda hoje, de vez em quando, enchem de cor branca as malgas dos bolos que são confeccionados na minha cozinha. não querendo fazer publicidades mas com a inegável associação que todos devem estar a fazer neste instante, branca de neve é de facto uma farinha que desde sempre fez e continua a fazer parte dos ingredientes que minuciosamente são pesados nas balanças segundo as quantidades certas das receitas que preparamos até adquirirmos uma massa que depois de colocada no forno nos dará provavelmente um doce final. assim esperamos que hoje, no final desta história, o mesmo possa acontecer.

parece-me que o mistério foi desvendado e pela cara de alguns de vocês sinto algum desencanto. quando o nome desta farinha me veio ao pensamento achei que associar uma receita simples nesta linha invisível poderia criar algum encanto a este apontamento à janela, sobretudo por imaginar que em diferentes lugares além dela alguém poderia realmente sentir-se agradado para dar continuidade a esta história e com entusiasmo fazer parte dela emprestando a sua cozinha para este cenário. estabelecida esta ligação invisível e seguidas as indicações anunciadas todos os que estivessem desse lado, provavelmente vão escrever esta história com um doce final. 

para quem ainda não desistiu desta história aqui vão as indicações. estão preparados? é simples. como medida vamos usar o copo de um dos ingredientes, ou seja um copo de iogurte. vais precisar de três ovos. uma colher de café de fermento. raspa de laranja. um iogurte natural embora possas usar iogurte de aroma se preferires. podes ir colocando os ingredientes em taças individuais sobre a mesa. usando o copo de iogurte como medidor medes agora dois copos de açúcar. com o mesmo copo mede agora três copos de farinha. por fim mede um copo de óleo vegetal. quando aprendi a fazer este bolo, este dito copo de óleo vegetal metia-me um pouco de confusão. acabei por trocar, mais tarde,  por manteiga derretida em banho maria mas como não sei a quantidade certa para esta substituição julgo que será melhor fazermos desta vez a receita tal e qual aprendi sem inventar nem alterar qualquer indicação. com os ingredientes certos para esta receita e de uma forma simplificada vamos lá preparar a massa do bolo. colocas na batedeira eléctrica os ovos. acrescentas o açúcar. vai adicionando alternadamente o fermento misturado com a farinha e o óleo vegetal. por alguns minutos deixa a batedeira a trabalhar sozinha. quando a massa ficar homogénea, ou seja com os ingredientes muito bem misturados colocas a massa numa forma previamente untada com manteiga e farinha. o forno já deverá estar quente quando colocares a forma do bolo lá dentro. deverá permanecer durante 45 minutos a 60 minutos no forno a temperatura média. no final desse tempo ou se o começares a ver a ficar muito moreno podes verificar se a massa já está cozida mergulhando um palito no bolo. se o palito sair seco é sinal que o podes retirar do forno. deixas arrefecer e podes saborear este doce final da história. 

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é assim que todas as noites ela adormece à janela...


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