21.12.24

21 de DEZEMBRO de 2024 // XABIER FERNANDEZ sobre fragmento #24

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21 de DEZEMBRO de 2024

// XABIER FERNANDEZ

intervenção sobre fragmento #22



“Lembrando a mama” é o título da miña intervención no fragmento que Vânia me propón para participar no proxecto JanelaAdEntrO [uma história à janela]. Un traballo difícil, que intenta importunar o menos posible a intensidade do fragmento proposto, para min, unha obra íntegra e acabada. Cosín con torpeza unha pequena impresión dun paso do viacrucis portugués que está feita enriba dun sobre dunha das infusións que a diario toma a miña irmán. Fala da ausencia de mamá e dos que aquí quedamos, agora orfos.

Xabier. 2024





20.12.24

20 de DEZEMBRO de 2024 // PAULO CANILHAS sobre fragmento #24


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20 de DEZEMBRO de 2024

// PAULO CANILHAS

intervenção sobre fragmento #24



"Navego pelos meus trilhos, tento criar raízes, procuro deixar um legado que dignifique e justifique a minha existência, qual marca viva no tempo e no espaço. Procuro a luz e grito a plenos pulmões  - Que o archote não se extinga, nunca!"



Instagram: @pcanilhas

www.paulocanilhas.org 




(imagens em estúdio do processo criativo e pormenor da obra)


19.12.24

19 de DEZEMBRO de 2024 // KERSTIN THOMAS sobre fragmento #6


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19 de DEZEMBRO de 2024

// KERSTIN THOMAS

intervenção sobre fragmento #6



A Necessária Travessia...


Uma expressão, uma curta frase...seduzem-me desde sempre e são habitualmente o ponto de partida para o meu trabalho. 

A palavra consegue ser essência, transcendente e  brincalhona, eis o que procuro materializar.


É um desafio especial trabalhar sobre as palavras de um poeta, intervir na obra de outra artista, acrescentar algo sem impor ou desvirtuar "com a caligrafia demorada de uma planta em crescimento".

Bem haja Vânia!




(imagens em estúdio do processo criativo e pormenor da obra)


Madeira de camélia japonica, algodão, tinta acrílica

KT 2024


18.12.24

18 de DEZEMBRO de 2024 // CATARINA BICO sobre fragmento #1


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18 de DEZEMBRO de 2024

// CATARINA BICO

intervenção sobre fragmento #1


 Este trabalho têxtil é uma interpretação visual inspirada no poema "O Grito Novo" de Daniel Faria, que explora temas de conexão, pertença e renovação. No centro da composição, uma mão esculpida em balsa emerge como símbolo de acolhimento e apoio, representando tanto a capacidade de dar quanto de receber. Das pontas dos seus dedos, floresce uma planta verde, simbolizando crescimento, regeneração e a esperança que brota das nossas conexões mais profundas.

 Todo o restante da peça é cuidadosamente bordado à mão: desde as raízes que se estendem em tons quentes, ligando a mão a um solo imaginário onde peixes nadam, até às pequenas casas que evocam um sentido de comunidade e sustento. O fundo é composto por duas tiras de tecido preexistentes: uma preta, salpicada com estrelas e um pequeno bordado representando uma lua minguante, sugerindo um céu noturno que convida à introspecção e ao encerramento de ciclos, e outra branca, que cria uma transição suave entre os elementos celestes e terrestres.

 Esta peça celebra a interdependência entre o humano e a terra, destacando a importância das mãos que se estendem umas às outras em gestos de apoio e transformação. Ela reflete a simplicidade dos gestos que nos unem e a capacidade humana de florescer, mesmo nas condições mais inesperadas, reforçando a ideia de que estamos todos interligados pelas raízes invisíveis das nossas relações.




(imagens em estúdio do processo criativo e pormenor da obra)



17.12.24

17 de DEZEMBRO de 2024 // ANA PINA sobre fragmento #3


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17 de DEZEMBRO de 2024

// ANA PINA

intervenção sobre fragmento #3


 As duas mãos, serradas manualmente em chapa de latão, são inspiradas num desenho original da autora, realizado em 2004 - podem ser removidas do tecido e usadas como peças de joalharia (pendentes), recorrendo ao fio de seda preto.



Mão-palavra


Mãos que desenham as mãos que desenham.

Desenhos que são escritas,

palavras-mancha, palavras-luz,

linhas que são palavras contornadas.

Palavras-sombra, palavras-fruto,

Que (nos) dizem mais do que nada.

Linhas que desenham mãos que puxam linhas.

Puxar, crescer, desfiar - confiar.

Confiar na mão que nos é dada.

É uma conversa circular,

conversa de mãos,

uma com a outra,

de dentro para fora,

preenchendo o cheio-vazio entre os contornos dos silêncios.

Silêncios que nos bastam

para nos sentirmos em casa entre mãos.


https://anapina.com

https://instagram.com/anapatriciapina



(imagens em estúdio do processo criativo e pormenor da obra)



Ana Pina, 2024

Intervenção sobre tecido / técnica mista

30x21cm

Latão, fio de seda, alfinetes, pastel de óleo


16.12.24

16 de DEZEMBRO de 2024 // MÓNICA FAVÉRIO sobre fragmento #8


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16 de DEZEMBRO de 2024

// MÓNICA FAVÉRIO

intervenção sobre fragmento #8



Fragmento d’asa


É o meu tema recorrente, as asas, o vidro, a fragilidade, a vontade de voar, 

o sonho d’alguma coisa que conhecemos noutra altura, que não essa, desta vida, 

doutra vida,

 como as asas que as vezes temos quando vivemos dentro do mundo onírico.



Vidro esticado a chama

Curvado na mufla  (600°)

Fundido  (780°)

Termomoldado  (600°)


monicafaverio@gmail.com


(imagens em estúdio do processo criativo e pormenor da obra)


15.12.24

15 de DEZEMBRO de 2024 // ANA ABRUNHOSA sobre fragmento #10


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15 de DEZEMBRO de 2024

// ANA ABRUNHOSA

intervenção sobre fragmento #10



CÔA 20 000 A . C  .


 

 Cresci em Terras do Côa, esta grande janela aberta para o advento da Humanidade. Há mais de 20 000 anos, neste vale, a mão escrevia tão exata a necessária travessia, como um archote no caminho que nos traria ao presente. 


 Ocorreu-me que tinha perto as primeiras linhas da existência humana. As primeiras, as primordiais, porque no princípio era a Linha. Diria Picasso que, após Altamira, toda a arte é declínio e eu, que nem artista sou, o que poderia criar perante a modernidade gráfica das figuras do Côa?


 As figuras humanas do Côa, com linhas menos estilizadas e padronizadas, parecem obedecer a regras de representação distintas das aplicadas aos animais. Porquê? Porque é que a mão que desenhou/escreveu de forma tão sintética, com o mínimo de linhas, as formas dos outros animais não o fez com a forma humana? Avanço, livremente, que a complexidade do Ser já se fazia presente.  


 Numa primeira observação, entendi esta figura como uma espécie de fauno pré-mitológico, meio homem, meio bode. Intrigou-me. Está gravada na Rocha 24, no núcleo da Ribeira de Piscos, que, segundo as informações do Museu do Côa, é talvez a mais importante rocha paleolítica da arte do Côa, pela enorme qualidade e originalidade do acervo decorado. Trata-se de uma figura enigmática e, apesar de ter sido pouco estudada, crê-se que poderá representar uma figura feminina.  


 Isso! Uma MULHER. 


 A sua forma quimérica possui traços paralelos interpretados como possíveis vestes, um detalhe que, por viés profissional, me desperta a imaginação.  Mas seja uma  mulher ou um símbolo híbrido, esta gravura é a materialização de uma travessia intemporal que funde natureza, espiritualidade e criação. E, neste meu fragmento, quero, com a minha mão, reproduzi-la e celebrar aquela outra mão que a escreveu

 Quero celebrar esta mulher, sobre a qual o pouco que sabemos é aquilo que hoje somos. Quero celebrar este ser que deu os primeiros passos por nós neste longo, tortuoso e fascinante caminho de ser-se Humano. De ser-se Mulher.



anapaulaabrunhosa@gmail.com 

https://www.instagram.com/anaabrunhosa_fio




(imagens em estúdio do processo criativo e pormenor da obra)